Meio do fim.

Quando sou eu, parece que não dá pra chorar nem sofrer da minha maneira. Se eu fico quieta e sou objetiva, sou tachada de grosseira e não deveria estar agindo assim porque quem sofre mais é a minha mãe. Que culpa tenho eu de agir dessa maneira num momento de choque? É meu jeito, caralho.

Não fazem nem dois anos que minha avó faleceu de leucemia e desde a cirurgia do meu avô no ano passado, ele só vem a piorar e a cada dia fica mais longe da melhora, de nós e longe da vida. Dói ouvir o diagnóstico, dói ouvir o que está por vir e ver isso tudo acontecendo amanhã, hoje. Simplesmente dói lembrar e dói saber que vai ser tudo o que vai restar novamente. Lembrar de outro avô.
Dói a dor na minha querida avó, no meu tio. Queria tomar uma pílula e acordar só quando desse na telha, e nem me importar que as coisas não teriam mudado ou que seria covardia. Só queria um tempo longe da dor que não cessa.
Só queria silêncio, ausência.

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