Desconceitualizando

Sempre pensei que os conceitos criados pelo homem realmente correspondessem às palavras, como "amor" ou "paixão". Hoje enquanto caminhava vagarosa e pensativa pelas ruas, desligada, me questionei se isso realmente é uma regra. Acho que discordo. Começo a acreditar que os conceitos variam de pessoa pra pessoa...
O que eu espero do amor romântico são os primeiros meses, depois vira um outro tipo de sentimento... Talvez um amor mais "família", talvez um carinho em maiores proporções. É um tanto decepcionante descobrir que o meu conceito de amor não dura o tempo que eu acreditava, ainda mais romântica do jeito que sou.
Então se o meu conceito de amor é diferenciado, o que seria a paixão para mim? O que seria o amor tradicional, aquele que dura mais que os primeiros meses? O "amor" que dura anos, o que é isso? Carinho, comodidade, estabilidade? O que são todos esses sentimentos individuais, mesclados e agindo junto com a subjetividade de cada um?

Meu Rodolfo

Não sei como acabei ficando assim, só sei dizer que é maravilhoso. Estou apaixonada a 3 meses, talvez um pouquinho mais, e dessa vez posso dizer que é diferente de tudo que já senti até hoje. Ainda não acabou e fica cada dia melhor, mesmo tendo adquirido tanta intimidade em tão pouco tempo. Isso me surpreende...
Ele me cativou. E me cativou de tantos jeitos... De uma maneira tão linda, intensa, calma, devagar, no seu próprio ritmo. É bem como diz o trecho do livro O Pequeno Príncipe: "Tu não és ainda pra mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos a necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
Confesso que acho lindo o jeito como a gente se complementa, de todas as formas possíveis. Acho que além do amor e de diversos outros fatores, também são as nossas diferenças -dentro das nossas semelhanças- que acabam nos unindo dessa forma tão fascinante.
Quando tu não tá parece que eu entro em transe; morro de saudades e revivo só pra poder te lembrar e sentir mais um pouquinho. Então quando volto pra realidade me dou conta de que estou igual a uma pré-adolescente ouvindo canções de amor, fantasiando, recordando, esperando e escrevendo...
Não sei muito bem aonde quero chegar escrevendo aqui, só sei que tento expressar tudo, sem saber exatamente o que seria esse "tudo", aí o "tudo" vai se misturando e acabo não dizendo nada com nada.
Na realidade ninguém é de ninguém, mas gosto de te chamar de meu e de ser chamada de tua. Gosto mesmo. Sou tua pestinha, tu é meu malinha sem alça e eu amo isso ♥

Muito amor e paranoias inventando uma solidão acompanhada

É engraçado como o tempo vai passando, escorrendo que nem água. As coisas ruins se submergem na areia movediça e desaparecem, coisas novas e boas vão surgindo e assim a gente vai continuamente evoluindo e moldando nosso ser.
Os dias tristes abandonei, as falhas internas vou tentando corrigir e os amores passados deixei pra trás. Agora, olhando assim, tão pequenos me parecem esses amores antigos... Parecem velhos, embolorados e cheios de mofo. Estou apaixonada, estou amando e sendo amada.
Sou e sempre fui muito romântica, utópica e até arrisco dizer que um tanto ingênua: quero amores pra sempre, quero garantias, quero viver em um poema romântico do século XVIII. O erro em tudo isso é simplesmente absoluto, uma vez que não existem garantias e muito menos o famoso "pra sempre". É aí que dói.
Algo que me custa ignorar (ou apenas aceitar) é o fato de que todos têm seu passado, seja lá como tenha sido. Ele sempre está aí e nós sempre estamos buscando por isso, mesmo que sem nenhuma razão além da curiosidade.
É dificílimo assimilar que os outros, assim como eu, também tiveram suas antigas paixões, experiências próprias e suas desilusões e alegrias. É doloroso imaginar quem se ama amando outro alguém, pensando em outra pessoa, desejando outra pessoa.
Quero ser a única, quero ser sempre a única, todas as vezes, a primeira, sempre. E o fato de que isso seja simplesmente impossível parte meu coração em mil pedaços e me deixa sem vontade de respirar.
Por que o amor dura tão pouco? Num piscar de olhos, já foi e eu não quero que se vá. Sofro antecipadamente...
Não consigo diferenciar o passado do presente na hora de sentir. Uso a razão e lá é onde tudo faz sentido, mas os sentimentos são sempre como um furacão de pensamentos, imaginações e um tanto de realidade, não há como negar.
O agora é perfeito, mas o amanhã me amedronta. Não quero ser esquecida, não quero ser trocada, mas o pior de tudo isso é que nem eu mesma posso fazer uma promessa com tamanho peso a mim mesma e muito menos a outra pessoa.
Quero esquecer, ruminar menos e aproveitar o hoje. Tentar esquecer o que foi e viver o que é. Amo e sou amada, pra quê procurar tanto empecilho pra que seja algo pleno?

Sei que não vou parar... Vou continuar aqui, sempre a imaginar e ocultando meu sofrimento por me envergonhar de tamanha infantilidade.

Cem anos

Ando meio amargurada, meio velha. Nunca fui assim, me entristece... As coisas bonitas me irritam, os romances me cansam, os amores alheios incomodam. Não sei bem o que está me acontecendo...
Mesmo só, não sentia raiva. Admirava os casais nas ruas e suas demonstrações de afeto, ou então simplesmente passavam desapercebidos. Mas de uns tempos pra cá fiquei assim: rabugenta, amarga, meio morta.
Pra quem não está acostumada, dói ser ruim. Me sinto com cem anos nas costas...

Zero bala

Não quero nada disso tudo, meu deus! Sou uma contradição ambulante escrevendo mentiras a todo tempo -inclusive agora- e não dizendo nada com nada. Não quero nem deixo de querer, mas algo tem que falar mais alto, não?
Tudo que eu sei que quero é minha casa, minha terra, minha família. Quero sair, ir no Macondo, rever os amigos e fazer novos. Não sei o que quero e acho que não preciso pensar tanto agora...

Insensibilidade sensitiva

É confusa essa coisa que eu sinto... Sensação de sentir menos que nos livros, nas histórias contadas, nos filmes e ao mesmo tempo saber que sinto algo e que tampouco é pouco. Vai ver busco algo idealizado, sempre fui de idealizar...
A questão é que é tão envolvente ir pegando as manias ou certas expressões de outra pessoa, de certa pessoa, e se dar conta de que também é recíproco mesmo que um tanto ofuscado. É bom agir de acordo com a idade, ser adolescente, ficar sonhando e escrevendo, digitando bobagenzinhas e tentando profundamente controlar aquele sorrisinho incontrolável.
É bom, foi inesperado, surpreendeu. Não espero nada, ao mesmo tempo que sempre se espera algo. Só o que sei é que me faz bem.
Sinto saudade dos olhinhos, do cabelo, do queixo. Também da antipatia, sorriso e jeito. Além dos abraços, dos beijos e cheiros. Saudade é assim, sempre boba...
Me envergonha expor tudo isso assim, principalmente porque usando palavras eu sempre engrandeço qualquer sentimento.
Pois essa é a minha relação com a escrita, é como uma ilusão de ótica. De certo modo também sou responsável por toda a expectativa utópica a qual me frustra. Contraditório novamente, não?
Já não sinto nada...

Roma ao contrário

Como era mesmo aquela sensação? Me refiro ao sentimento. Já faz tanto tempo que nem sei mais ao certo do que falo, ou busco. Talvez tudo tudo não passe de outra das minhas utopias -são minha especialidade, afinal.
Sonhos...

Meu pranto interior

Sou simplesmente patética. Tola, boba, sonhadora. Não quero mais o amor, não quero o afeto, nada disso em mim. Quero endurecer feito pedra.
Não cheguei a contar as marcações do meu blog mas aposto que a palavra "amor" tem o maior número de postagens e isso me entristece. Principalmente porque amor é algo que nunca senti, acho eu.
Amor, amor, nem quero mais saber o que é isso. Quero que as paixões vão embora, sejam platônicas ou não. Quero ficar sozinha porque no fundo é assim que sempre acaba tudo. Tudo acaba em solidão. Nos relacionamentos, na tumba.
Quero chorar. Quero me derreter feito manteiga, me desmanchar feito açúcar, cair feito chuva. Preciso liberar o fato de não conseguir endurecer feito pedra, nem esfriar feito cadáver. Preciso chorar como Alice no País das Maravilhas, causar um dilúvio, uma enchente, formar um mar. Até não haver mais choro e o pranto cessar, as lágrimas secarem enquanto eu sigo ressecada.

Morbidez, como sempre.

Eu não via nada além do negrume da noite, misturado ao do mar e estrelas. Será que a morte é assim? Sentir-se completamente livre e só no meio de toda a galáxia? Sentir o universo te consumir com tamanho resplendor?

Trecho escrito durante minha viagem do Brasil pra Espanha

6 anos incompreendidos

As dúvidas voltaram, os sentimentos também. Tudo aquilo que já tinha sido dado por encerrado, superado, cicatrizado, compreendido ou simplesmente aceito voltou a tona. Confusão interior do antes, agora e do depois.
Será que fui eu? O meu jeito de encarar as coisas? O que será que foi...? Só sei que nada sei e nada saberei.
Já não sei o que quero e começo a duvidar do que achava que não queria. Não quero aqui nem lá e quero ambos. Não faço parte daqui mas tampouco 100% de lá. Quero tudo mas não quero nada. Quando vou achar o que procuro? Quando vou saber o que é, afinal?
De longe se vê que sou mais feliz no Brasil, mas por deus, que diabos estou sentindo? Que diabos estou pensando? Que diabos estou fazendo? Aqui, lá, quem diabos sou eu?

Poucas palavras, muitos dias.

Não estou só mas me sinto solitária. Não estou abandonada mas tampouco me sinto acompanhada. Por que a solidão e ao mesmo tempo a falta dela tem me deixado tão mais sozinha? Pra quê se importar tanto, afinal?
Acaba logo com isso. Simplesmente vai e não volta. Voa, some, se desfaz, evapora, desintegra, escorre pelo ralo, mas que essa sensação me deixe só na minha solidão.

Besteiras, como sempre.

Que poço sem fundo. Como estar na praia a noite, o mar se confunde com o céu. Se mistura, desaparece. É assim que me sinto, estou sumindo.

Toda minha paixão, amor e vida agora se confundem com uma parte sombria que nasceu e cresce em mim a cada dia que passa. Nada mais sei a meu respeito, toda fantasia se foi.
A felicidade toma conta de mim, a tristeza mais ainda. Minto. Agora é a tristeza falando, embora a felicidade predomine, é uma fina camada até chegar a este meu lado...
Melhor parar por aqui. Não sei quem fala nem o que diz. Estou bem mas algo em mim insiste em choramingar.

A decepção sou eu.

Sinceramente, ando decepcionada comigo mesma e o incrível é que mesmo sendo consciente disso, continuo com as mesmas atitudes. Até parece que faço propositalmente... Bem, provavelmente faça.

Tenho que me acalmar, voltar a ser eu mesma, recuperar meus valores... Onde foi que eu perdi grande parte do meu juízo?
Nada disso me importa realmente. Me importa tão, mas tão pouco que nem penso nas consequências dos meus atos; não que essas consequências tenham grande repercussão na minha vida, mas têm sim no meu estado de espírito.
Basicamente o que fica é aquela espécie de ressaca moral. Aquele arrependimento sem se arrepender, aquela vergonha.
Falando assim parece que estou perdida na vida, fazendo loucuras e sequelando, mas não é nada disso. Só não estou de acordo com a pessoa que tenho sido, em alguns momentos. Enfim...
Vou mudar... Devo, quero, preciso.

Estou bem, eu juro!

Não sei muito bem o que dizer, simplesmente senti uma necessidade de escrever aqui na tentativa de expressar alguma coisa que não sei bem o que é...
Ando meio confusa... Duvidando de mim mesma, do que sinto, pelo que anseio e até mesmo de coisas que achava já ter superado há tempos. Quero dizer, estou bem e sei disso, mas várias vezes tenho meus momentos de fragilidade nos quais me pergunto o que é que estou fazendo da minha vida, quem realmente sou eu, o que espero pra minha vida (a curto e longo prazo), como anda meu coração e assim vai.
Mais uma vez tenho aquela velha sensação de ter jogado tudo pra debaixo do tapete e continuado a vida igualmente, como se nada houvesse acontecido. E quando o tapete ficou pequeno demais pra tanta sujeira e tanta baderna, eu simplesmente arranjei um novo tapete bem lindo e prossegui com toda essa minha farsa interior até ele virar velho, sujo e pequeno.
Tenho uma séria dificuldade em superar coisas, em especial perdas, mas isso não vem ao caso. Acho ter superado e vou vivendo com altos sorrisos esboçados no rosto, sem me preocupar, sem dar importância... É como se a ficha demorasse mais do que o esperado pra cair.
Talvez por eu arranjar medidas provisórias de suprir o que perdi, ou até mesmo o fato de evitar pensar em determinadas coisas, como se não fosse necessário refletir, mesmo sabendo que é. E então eu me machuco duplamente, triplamente. Quebro meu coração mas ele continua inteiro.
Me importo e deixo de me importar, me afeta e deixa de me afetar; é toda uma inconstância que não sei como lidar. É 8 ou 80. Quero certezas, quero verdades completas porque já fazem anos que me sinto tão cansada e fria...
Preciso daquela intensidade pré-adolescente novamente, preciso tanto daquele espírito juvenil! Sinto tanta falta daquelas coisas bem bobas, como acreditar que o primeiro amor vai ser o amor de uma vida, a sensação errônea de achar impossível aprender a viver sem tal pessoa, de não conseguir parar de pensar em alguém nem sequer por um segundo, de chorar a noite por não ser correspondida ou, caso contrário, sorrir com ares de paixão o dia inteiro.
Sei que não sou tão velha, mas sinto como se toda a fantasia houvesse desaparecido e em troca a realidade tenha me enraizado completamente. Tudo virou utopia, conto de fadas. Será que é assim à medida que a gente cresce? Será que tudo vai perdendo a graça por culpa do medo? Será que a gente acostuma? Será que vai perdendo a graça?