Meu Rodolfo

Não sei como acabei ficando assim, só sei dizer que é maravilhoso. Estou apaixonada a 3 meses, talvez um pouquinho mais, e dessa vez posso dizer que é diferente de tudo que já senti até hoje. Ainda não acabou e fica cada dia melhor, mesmo tendo adquirido tanta intimidade em tão pouco tempo. Isso me surpreende...
Ele me cativou. E me cativou de tantos jeitos... De uma maneira tão linda, intensa, calma, devagar, no seu próprio ritmo. É bem como diz o trecho do livro O Pequeno Príncipe: "Tu não és ainda pra mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos a necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
Confesso que acho lindo o jeito como a gente se complementa, de todas as formas possíveis. Acho que além do amor e de diversos outros fatores, também são as nossas diferenças -dentro das nossas semelhanças- que acabam nos unindo dessa forma tão fascinante.
Quando tu não tá parece que eu entro em transe; morro de saudades e revivo só pra poder te lembrar e sentir mais um pouquinho. Então quando volto pra realidade me dou conta de que estou igual a uma pré-adolescente ouvindo canções de amor, fantasiando, recordando, esperando e escrevendo...
Não sei muito bem aonde quero chegar escrevendo aqui, só sei que tento expressar tudo, sem saber exatamente o que seria esse "tudo", aí o "tudo" vai se misturando e acabo não dizendo nada com nada.
Na realidade ninguém é de ninguém, mas gosto de te chamar de meu e de ser chamada de tua. Gosto mesmo. Sou tua pestinha, tu é meu malinha sem alça e eu amo isso ♥

Muito amor e paranoias inventando uma solidão acompanhada

É engraçado como o tempo vai passando, escorrendo que nem água. As coisas ruins se submergem na areia movediça e desaparecem, coisas novas e boas vão surgindo e assim a gente vai continuamente evoluindo e moldando nosso ser.
Os dias tristes abandonei, as falhas internas vou tentando corrigir e os amores passados deixei pra trás. Agora, olhando assim, tão pequenos me parecem esses amores antigos... Parecem velhos, embolorados e cheios de mofo. Estou apaixonada, estou amando e sendo amada.
Sou e sempre fui muito romântica, utópica e até arrisco dizer que um tanto ingênua: quero amores pra sempre, quero garantias, quero viver em um poema romântico do século XVIII. O erro em tudo isso é simplesmente absoluto, uma vez que não existem garantias e muito menos o famoso "pra sempre". É aí que dói.
Algo que me custa ignorar (ou apenas aceitar) é o fato de que todos têm seu passado, seja lá como tenha sido. Ele sempre está aí e nós sempre estamos buscando por isso, mesmo que sem nenhuma razão além da curiosidade.
É dificílimo assimilar que os outros, assim como eu, também tiveram suas antigas paixões, experiências próprias e suas desilusões e alegrias. É doloroso imaginar quem se ama amando outro alguém, pensando em outra pessoa, desejando outra pessoa.
Quero ser a única, quero ser sempre a única, todas as vezes, a primeira, sempre. E o fato de que isso seja simplesmente impossível parte meu coração em mil pedaços e me deixa sem vontade de respirar.
Por que o amor dura tão pouco? Num piscar de olhos, já foi e eu não quero que se vá. Sofro antecipadamente...
Não consigo diferenciar o passado do presente na hora de sentir. Uso a razão e lá é onde tudo faz sentido, mas os sentimentos são sempre como um furacão de pensamentos, imaginações e um tanto de realidade, não há como negar.
O agora é perfeito, mas o amanhã me amedronta. Não quero ser esquecida, não quero ser trocada, mas o pior de tudo isso é que nem eu mesma posso fazer uma promessa com tamanho peso a mim mesma e muito menos a outra pessoa.
Quero esquecer, ruminar menos e aproveitar o hoje. Tentar esquecer o que foi e viver o que é. Amo e sou amada, pra quê procurar tanto empecilho pra que seja algo pleno?

Sei que não vou parar... Vou continuar aqui, sempre a imaginar e ocultando meu sofrimento por me envergonhar de tamanha infantilidade.