Mais loucuras

Puta merda, como o tempo passa rápido. Amanhã vou abrir os olhos e estar com 30 anos. Depois de amanhã, 60, e depois, acabou.

Como a gente se decepciona, como as pessoas nos decepcionam. Como a gente se contradiz e como a gente simplesmente muda de opiniões. Como a gente evolui e regride. Como a vida é um ciclo: nos machuca e nos traz alegrias. Como somos imperfeitos.
Já tive que encarar bichos de 7 cabeças desarmada e hoje tenho medo de enfrentar apenas sombras e reflexos. Meu reflexo.
Quero voltar a ser corajosa, mas será que era isso mesmo que eu era? Ou será que eu não passava de uma jovem extremamente infeliz que já havia perdido todos os prazeres da vida e as forças de lutar? Uma jovem que teve que parar os estudos, uma jovem que chorava e que vivia uma angustia até na tentativa de divertir-se? Quem eu era, afinal? Não me saí tão bem assim e em troca fiz um buraco negro em algum lugar dentro de mim, que mesmo depois de mais de um ano, não consegui consertá-lo.
Tudo o que eu queria era poder voltar no tempo, segurar-me a mim mesma com doçura e ninar àquela menina tão debilitada dizendo-lhe que tudo ficaria bem. Ao menos uma vez. Porque tudo ficou bem. Tudo passou. Toda dor, a verdadeira dor, se foi. É só nunca esquecer o que era, como era grande a tristeza, que a dor que sinto agora se transforma em poeira.
É só esquecer sempre e lembrar quando necessário.
O que houve comigo, meu deus?

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