Mais um pouco do mesmo dilema da vida toda

Quando venho aqui, paro tudo. Penso, calo e deixo tudo de lado. Já não sei bem o que preciso desabafar, só o que sei é que me faria bem.

Estou em um processo de luto antecipado, como sempre, repito os meus passos. Ando triste, ando cansada, desanimada. Meu processo de luto não se resume "apenas" a perda do meu avô, mas a toda uma desestruturação da família, a uma série de mudanças. Sou eu quem estou me enterrando e ao mesmo tempo tendo que me recompor, reconstituir. Acabou a fantasia, o suficiente já não basta. Agora eu quero a sobremesa, mas não tem sobremesa.
É como uma árvore genealógica, de apenas um galho principal surgem todos os meus problemas e começam a ramificar-se. E como frutos, vão caindo, apodrecendo, deteriorando até se extinguirem.
Na questão familiar, não há muito o que se fazer a não ser aceitar e seguir em frente. O problema mesmo está em mim e creio que sempre esteve.
Com o passar dos anos vejo que não mudei. Continuo a mesma garota pessimista e auto-destrutiva. Vem uma brisa que aos meus olhos já se torna um vendaval. O que verdadeiramente me incomoda, é que o vendaval parece me encantar. O trágico sempre me pareceu mais charmoso, mais íntimo embora sempre esteja em busca do oposto.
Sinto-me novamente em minha pele, no meu mundinho pequeno e recluso. Por que?
Parece que a dificuldade me faz mais humana e mais bondosa, porém em troca me trouxe mais sofrimento. Agora que a magia se foi, que voltei ao meu "mundinho de luxo", eu continuo me torturando e perguntando: o que foi que eu aprendi e o que é que continuo levando comigo de tudo aquilo?

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