Muito amor e paranoias inventando uma solidão acompanhada

É engraçado como o tempo vai passando, escorrendo que nem água. As coisas ruins se submergem na areia movediça e desaparecem, coisas novas e boas vão surgindo e assim a gente vai continuamente evoluindo e moldando nosso ser.
Os dias tristes abandonei, as falhas internas vou tentando corrigir e os amores passados deixei pra trás. Agora, olhando assim, tão pequenos me parecem esses amores antigos... Parecem velhos, embolorados e cheios de mofo. Estou apaixonada, estou amando e sendo amada.
Sou e sempre fui muito romântica, utópica e até arrisco dizer que um tanto ingênua: quero amores pra sempre, quero garantias, quero viver em um poema romântico do século XVIII. O erro em tudo isso é simplesmente absoluto, uma vez que não existem garantias e muito menos o famoso "pra sempre". É aí que dói.
Algo que me custa ignorar (ou apenas aceitar) é o fato de que todos têm seu passado, seja lá como tenha sido. Ele sempre está aí e nós sempre estamos buscando por isso, mesmo que sem nenhuma razão além da curiosidade.
É dificílimo assimilar que os outros, assim como eu, também tiveram suas antigas paixões, experiências próprias e suas desilusões e alegrias. É doloroso imaginar quem se ama amando outro alguém, pensando em outra pessoa, desejando outra pessoa.
Quero ser a única, quero ser sempre a única, todas as vezes, a primeira, sempre. E o fato de que isso seja simplesmente impossível parte meu coração em mil pedaços e me deixa sem vontade de respirar.
Por que o amor dura tão pouco? Num piscar de olhos, já foi e eu não quero que se vá. Sofro antecipadamente...
Não consigo diferenciar o passado do presente na hora de sentir. Uso a razão e lá é onde tudo faz sentido, mas os sentimentos são sempre como um furacão de pensamentos, imaginações e um tanto de realidade, não há como negar.
O agora é perfeito, mas o amanhã me amedronta. Não quero ser esquecida, não quero ser trocada, mas o pior de tudo isso é que nem eu mesma posso fazer uma promessa com tamanho peso a mim mesma e muito menos a outra pessoa.
Quero esquecer, ruminar menos e aproveitar o hoje. Tentar esquecer o que foi e viver o que é. Amo e sou amada, pra quê procurar tanto empecilho pra que seja algo pleno?

Sei que não vou parar... Vou continuar aqui, sempre a imaginar e ocultando meu sofrimento por me envergonhar de tamanha infantilidade.

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