Maldita genética!

"Egoísta. Tu é egoísta que nem o teu pai!". Essas foram as palavras da minha mãe ha alguns minutos atrás.
É incrível como ela sempre dá um jeito de meter o meu pai na história sempre que ela pode. Todas as vezes que ela tem um chilique ou que a gente briga, é culpa do meu pai porque eu sou tal coisa que nem ele. No caso de hoje sou egoista.
Como começou tudo isso? Com o rádio, simples assim.
Eu estava deitada na cama e chega ela com pastas e tudo mais e se senta no chão pra organizar as suas coisas. Ela ligou o rádio e colocou uma música clássica que a mulher ficava gritando e os instrumentos consecutivamente gritavam com ela. Quero deixar bem claro que sou uma apreciadora da música clássica, mas tem horas que isso realmente te deixa com dor de cabeça. Bem, eu pedi pra ela educadamente se ela podia tirar a música ou trocar de rádio porque eu não tava afim de ouvir música clássica. Minha resposta foi um não, dizendo para que eu fosse para a sala ficar lá que não tinha ninguém em casa essa hora ou que ficasse ali mesmo que ela demoraria só uns 15 minutinhos. Admito que fiz uma cara feia e me deitei outra vez. Resolvi ignorar o seu seguinte comentário para evitar começar uma discussão. Acho que nem vale a pena escrevê-lo aqui.
Então, continuei deitada na cama esperando os 15 minutos passarem. Ouvia o rádio tremendo, a cama tremendo, até que resolvi tapar os ouvidos pra ver se diminuia a tremeção. Não diminuiu, só abafou o barulho e sinceramente, não sei o que foi pior hehehe
Mas como eu estava alí, resolvi tentar me distrair. Quando eu estava com os meus ouvidos tapados e os meus olhos fechados eu escutava o barulho da minha respiração bem forte, fiquei prestando atenção nisso porque fazia um barulho engraçado. Depois já fui me perdendo nos pensamentos e só volto a realidade com o "Egoista.". Como eu estava no meu mundo, com os olhos e os ouvidos tapados, imediatamente destapo os olhos e ouvidos perguntando o que ela tinha dito. Depois de ela repetir a frase eu tentei me explicar, porque eu realmente não estava fazendo nada daquilo de propósito, não que seja um grande motivo pra começar a brigar. Ela continuou me agredindo e então eu perdi a paciência e disse umas poucas e boas pra ela também. Bom, vamos começar por alguns itens:
1.Sabe, as vezes eu acho que ela pensa que ela é a única que precisa do espaço dela porque ela precisa e ponto. Eu também preciso do meu espaço, e acho que deixei isso claro- também se não deixei, pode ser que ela venha ler o que escrevi da nossa briga aqui e ficar ainda mais revoltada.
2. Sou acomodada, não faço nada. Não vou desfazer de estar acomodada porque não é ruim, mas se ela pensa que não me incomoda não ter uma vida "normal" e ser uma "vagabunda que não estuda", tá muito enganada! Tanto ela como eu sabemos que isso é provisório, e se isso incomoda ela, incomoda a mim duas vezes mais, sabe porque? Porque se trata da MINHA vida, é o MEU futuro que está em jogo. Pra ela se eu deixasse de estudar pra sempre e virasse um fracasso, eu seria só uma decepsão de mãe e, talvez, uma carga pra ela. Já para mim, se trataria da minha vida, eu me sentiria a vagabunda, eu escutaria ela me chamar de vagabunda sempre que a gente brigasse e saberia que ela teria razão, e isso com certeza, doeria mais em mim do que nela.
3. "Eu não sou tua amiguinha, eu não sou tua amiguinha imaginária, eu só sou tua mãe.", ok, vou ter isso em contra daqui pra frente. Não tenho argumentos, afinal, realmente não tenho ninguém.
Cruel, tu é cruel mãe. Sempre atirando na minha cara os temas que mais me deixam triste. Agora se eu falo das coisas que mais afetam a ti, já fica um dia inteiro deprimida sem falar comigo.
Sempre que a gente briga eu acabo me perguntando se ela tem razão, se eu sou realmente tão egoista assim.
Quando escrevo palavras como "minha", "meu" ou até mesmo quando escrevo na primeira pessoa do singular ou escrevo meu ponto de vista da briga acabo me perguntando se ela está certa em relação ao que diz. Logo penso: o ser humano é um, ele experimenta diversas sensações ue só ele consegue sentir e entender, portanto ele deve que falar como ele se sente (no meu caso, escrever), para tentar passar ao outro ou somente reflexionar. E é claro, depois de pensar no ser humano, volto a pensar que isso é outro reflexo do meu egoismo tentando me proteger, voltando a ser o puro egoismo.
Nessas e em tantas outras horas que eu amo meu blog! Me permite escrever nos momentos tristes, de raiva, nos felizes, nos de surto... E tudo fica aqui, minhas memórias que eu vou poder sempre lembrar! A menos, é claro, que apaguem o Blogspot. Desvantagens da internet!

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