Agora ou nunca.

Esses dias tive um dia de sorte e hoje tive meu outro. Falei com a minha Iaiá pelo computador.
No primeiro dia foi quando ela estava na uti, ela estava consciente. Nenhuma de nós falou nada, só nos olhamos pela webcam. Eu mandava beijos e mais beijos, e ela levantava o braço como quem quisesse ultrapassar as barreiras da distância ou simplesmente acenar. Foi comovente e tranquilizante ao mesmo tempo.
Hoje ambas falamos, eu não conseguia entender o que ela dizia devido ao tubo que ela tinha na boca e ao esforço que ela fazia pra falar em português, e ela não entendia o que eu dizia porque era simplesmente demais para ela. Para mim bastava com ver e ouvir a voz dela que eu fiquei mais feliz que nunca, mas mesmo assim o pai estava ali facilitando as coisas e traduzindo tudo para o grego. Ah... Mais uns dois anos há 14 anos atras e eu saberia grego...
Não sei ao certo o que escrever, o que sentir ou o que fazer nesse momento. Estou feliz por ter falado com ela e ao mesmo tempo profundamente triste como só havia me sentido assim uma vez. É uma tristeza diferente das que já experimentei antes. É como a sensação de estar constantemente perdendo um pedacinho de algo importante para mim, é a sensação de estar perdendo uma parte do que eu sou. Não sei o que pensar e tampouco sei se quero realmente saber.
Não sei o que fazer, em geral. Não sei o que é pior e o que é melhor para os outros e para mim. Poderia me aprofundar e fazer uma lista de como seriam as coisas se eu ficasse ou se fosse, mas como não sei se quero pensar a respeito de mais coisas... Não sei o que faço aqui.
Se eu fosse eu poderia alimentar o meu pai, que anda a base de pizzas e lasanhas congeladas, poderia ficar acordada no hospital enquanto ele cochila, poderia ver a minha vó de perto e dar uma alegria, ao menos que por um momento, para ela. Mas ao mesmo tempo eu poderia incomodar mais do que ajudar, não quero ir lá para que o meu pai tenha que se preocupar por mim, porque ele não é isso o que eu gostaria se fosse pra lá. Me incomodaria, não quero isso.
As coisas não eram para ser assim... Não passou nem um ano desde que estive aí, as coisas estavam sob controle, eu teria que ter ao menos uns dois meses mais. Eu iria em dezembro, feliz, todos estariamos felizes em casa, ficaria lá por um tempo e depois iria pro sul feliz, ficar feliz com a outra parte da família e com os amigos. Se eu for agora eu vou ter que ir correndo, nem vou ter tempo pra me preparar psicologicamente pra viagem, porque vou ter mais com o que me preocupar, vou chegar lá triste, ir para o hospital e ficar triste, passar uns 3 ou 4 meses triste, descer para o sul triste, e começar a estudar triste. Então eu me pergunto, como as coisas vão poder sair bem na minha vida se a tristeza vai me acompanhar por toda parte?

Agora eu não posso não ir. Eu preciso estar lá, se não eu vou me sentir culpada por não ter ido. Mas eu não tenho coragem de tomar uma decisão, eu não quero nenhuma dessas opções, embora a situação me obriga a escolher uma delas, não consigo me mexer.
Então eu me pergunto o que vale mais a pena, e claro, não chego em nenhuma conclusão.
Só citei algumas poucas coisas a respeito dos lugares e da situação, mas tem muitas outras coisas nas que me baseio e que me impedem de tomar uma decisão, preciso me decidir mas eu não tenho muito tempo.

3 thoughts on “Agora ou nunca.

  1. NATÁLIA: LEIA A MSG Q EU DEIXEI NA SUA POSTAGEM DO DIA 20/9/2009: ONDE VC FALA D SUA AVÓ: E REFLITA MINHA MENINA T CHAMO ASSIM POIS TENHO UMA FILHA Q TEM KUASE A TUA IDADE ...ME SENTI MUITO PREOCUPADA COM TEUS DESABAFOS:Ñ PENSE Q SOU MAIS UMA CRENTE Q ESTA T ENCHENDO AS PACIENCIAS .. O Q EU KERO E T AJUDAR COM CONVERSAR E BATE PAPOS C ESTIVER DISPOSTA TENHO MUITO PRA T CONTAR ...BJUS NO SEU CORAÇÃO, EU SEI Q VC VAI TOMAR A DESIÇÃO MAIS VIAVEL PARA ESTE PROBLEMA SEU POIS DEVEMOS DIZER A QM ESTA FRACO Q ELE E MAIS FORTE Q TUDO POIS ADIMITE ESTAR FRACO. Q DEUS T ABENÇÕE. COMO DIRIA TUA AVÓ.BJUS

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  2. Entendo tudo que vc disse, ja passei por isso, e fiquei muito mal, minha avo era minha mae, nao era minha segunda mae, nao!! nem era como uma mae, ela era a minha verdadeira mae, pois enquando a minha mae biologica estava preocupada com os problemas dela, e o trabalho.A minha avo me criou e me ensinou o que é o amor, dentre varias coisas...
    Minha avo faleceu em março do ano passado, e ainda sofro demais sem ela aqui, e sabe muitas pessoas dizem que com o tempo passa, que o tempo cura etc.. mas nao é verdade.Cada dia que passa sinto mais saudades dela, e me pergunto o > pq isso ? A morte é uma coisa tao estranha, tao sei la. nem sei o que dizer...

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  3. Tenha Grandeza, DECIDA E NÃO OLHE PRA TRÁS NO SNETIDO DE "ÀH MAS SE EU ..." FAÇA A COISA CERTA!

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